Bernard Bolzano (
)
Consequências interessantes do teorema do título dizem respeito à existência de raízes reais da equação algébrica
em face de dois parâmetros: a paridade do grau
da equação ( se é par ou ímpar ) e o sinal do termo independente
( se é negativo ou positivo ).
Temos, então, quatro casos:
(
)-
ímpar e
há pelo menos uma raíz real negativa
Ex:
(
)-
ímpar e
há pelo menos uma raíz real positiva
Ex: ![4x^{17}+x^2-111=0 [;4x^{17}+x^2-111=0;]](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AByxGDRmaTa8XqsxoF1wgsDfOueCKu31OenjmDt7pVUbHcL-M8NlnKrwtCUs7IMDqSan19TTLjjEvUuKYAMqfsswvUfz001zn0JGfTpXBB_HDRNfW7U=s0-d)
(
)-
par e
há um número par de raízes reais - inclusive nenhuma
Ex: ![x^2-5x+6=0 [;x^2-5x+6=0;]](https://lh3.googleusercontent.com/blogger_img_proxy/AByxGDRPuBbme6gX687CxsvfHfdEgk3_cbSJxlsuJ-XCN3B4l0J8zGOkyA3LHsLRLBQ97Q8hpVddcGLreBmRQ5GnC2NWJz4hpg=s0-d)
(
)-
par e
tem, pelo menos, duas raízes reais de sinais contrários
Ex:
Conforme disse, estes casos são corolários do teorema de Bolzano cujo enunciado duplo é:
Dado a equação
,
Logo, quando o grau da equação for ímpar, teremos
Assim,
- Se
, há pelo menos, uma raíz real no intervalo
, ou seja, negativa;
- Se
, há pelo menos, uma raíz real no intervalo
, ou seja, positiva.
Logo, quando o grau da equação for par, teremos
Assim,
- Se
, a única certeza que temos é que existe um número par de raízes reais em
e em
;
Demonstração. Sejam
,
,...,
as raízes reais da equação polinomial. Então, temos
onde
é o produto dos binômios corresponentes às raízes complexas, sendo que cada um é da forma
Portanto, sempre vamos ter
e este fator não tem influência significativa no sinal de
.
Considerando que as raízes reais estão contidas no intervalo
e pensando em
como função, temos
Multiplicando membro a membro,
Vejam que os fatores
,
e
são sempre positivos. Logo, o sinal do produto
depende dos fatores da forma
Reparem que, como
, temos
.
Ora, a cada raiz contida no intervalo
corresponde à um fator
negativo.
Consequentemente,
- Se o número de raízes no intervalo
for ímpar, teremos:
-Se o número de raízes no intervalo
for par, inclusive zero, teremos:
Referência bibliográfica: Matemática, Terceiro Ano Colegial, Ary Quintella, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1968.
Imagem: http://www.taringa.net/posts/humor/5805547/El-teorema-de-bolzano.html
Muito interessante este teorema e a forma como foi apresentada. Mas acho que a conclusão poderia ser mais ampla:
ResponderExcluir"Consequentemente,
- Se o número de raízes no intervalo [;[a,b];] for ímpar, teremos:
[;P(a)P(b)<0;] [;\Rightarrow;] [;P(a);] e [;P(b);] terão sinais contrários e reciprocamente, isto é, se [;P(a)P(b)<0;], então a única possibilidade para isso é que o número de raízes devem ser ímpares.
-Se o número de raízes no intervalo [;[a,b];] for par, inclusive zero, teremos:
[;P(a)P(b)>0;] [;\Rightarrow;] [;P(a);] e [;P(b);] terão sinais iguais e reciprocamente".
Veja se eu não errei no meu raciocínio.
Concordo plenamente, professor e obrigado.
ResponderExcluirNeste teorema, se existir raízes nulas, elas devem ser previamente eliminadas, o que justifica a condição [;A_m \neq 0;].
Considero este teorema como uma orientação para se utilizar o método de Newton junto com as derivadas [;P^'(a);] e [;P^'(b);].