"...vemos apenas a ponta do iceberg..."
Passarei algumas idéias
que tive, ainda no período estudantil, no que tange a invenção do
conceito de DERIVADA NATURAL aplicado a qualquer tipo de sequência.
O termo genérico de uma PA(g) - Progressão Aritmética de ordem g, que será definida a seguir, também
partiu de minhas investigações.
Trataremos de sequências
de natureza polinomial.
Sequência nada mais é
do que uma função com o pré-requisito de que o conjunto domínio é
o conjunto dos inteiros positivos { 1,2,3,...,n,...} e o
contra-domínio é um subconjunto do conjunto dos números reais:
{ P(1), P(2), P(3),...,P(n),...}
P(n), chamado de termo
geral da sequência, é função de n para alguma lei de formação
e quando essa lei é uma expressão de natureza polinomial, temos uma
sequência polinomial.
Uma sequência
polinomial, definido por uma expressão redutível a um polinômio de
grau g, é também chamada de Progressão Aritmética de Ordem g,
que para simplicidade, será simbolizada por PA(g). Uma PA(1) é uma
PA simples cujo termo geral é
P(n) = A0 + (n-1)A1
Uma PA(g) tem o termo
genérico definido por
P(n) = A0 + (n-1)A1 +
(n-1)(n-2)A2/2! + (n-1)(n-2)(n-3)A3/3! +
...
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-g)Ag/g!
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-g)Ag/g!
Onde os coeficientes A0,
A1, A2,...,Ag são todos reais com Ag≠0
e eles serão investigados a seguir ( é o principal objetivo deste
trabalho ).
Interessante observar
que, na PA de ordem 1, no termo genérico
P(n) = A0 + (n-1)A1, vemos apenas a "ponta do iceberg", porque está subentendido apenas os fatoriais 0!=1 e 1!=1. Veja:
P(n) = A0 + (n-1)A1, vemos apenas a "ponta do iceberg", porque está subentendido apenas os fatoriais 0!=1 e 1!=1. Veja:
P(n) = A0/0! + (n-1)A1/1!
Qualquer sequência
polinomial é uma PA(g), por exemplo
P(n) = n²
= 1 + (n-1)3 + (n-1)(n-2)2/2! é uma PA(2)
É bom redefinir
o conceito de razão de uma PA. Numa PA simples, a razão é a
diferença de dois termos consecutivos
que é sempre
constante.
r = P(n+1)-P(n)
Designo a operação
aplicada em P(n), de DERIVADA
NATURAL DE UMA SEQUÊNCIA, para diferenciar da derivada infinitesimal
de funções contínuas. Abreviadamente, neste trabalho, indicaremos
P1(n)=P(n+1)-P(n) apenas como DERIVADA N e ficará subtendido que se trata de
DERIVADA NATURAL DE UMA SEQUÊNCIA.
Mais adiante, veremos que uma PA(g) tem g razões que dependem da DERIVADA N.
Conceito de derivada N de outras ordens:
P1(n)=P(n+1)-P(n)
Mais adiante, veremos que uma PA(g) tem g razões que dependem da DERIVADA N.
Conceito de derivada N de outras ordens:
P1(n) é a derivada N aplicada em P(n)
P2(n) é a derivada N aplicada em P1(n)
…....
Pi(n) é a derivada N aplicada em
P(i-1)(n)
Assim, de maneira breve, em relação a P(n), defino as derivadas N: P1(n), P2(n),...,Pi(n), de
ordens 1,2,..e i, respectivamente.
Defino dessa forma porque esse
conceito estrutural de derivadas ordens superiores é semelhante ao
da derivada infinitesimal.
TEOREMA:
Se
P(n) = A0 + (n-1)A1 +
(n-1)(n-2)A2/2! + (n-1)(n-2)(n-3)A3/3! +
...
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-g)Ag/g!
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-g)Ag/g!
e se P1(n)=P(n+1)-P(n) é a DERIVADA N de P(n),
então
então
P1(n) =
A1 + (n-1)A2 + (n-1)(n-2)A3/2! + (n-1)(n-2)(n-3)A4/3!+
...
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-[g-1])Ag/(g-1)!
O que significa isso?
a) Primeiramente que, se
P(n) tem grau g, então P1(n) tem grau ( g-1);
b) Todos os coeficientes de
P1(n) são os mesmos de P(n) ( com exceção de A0 ) mas transladados
uma parcela para a esquerda.
A
demonstração é simples, mas extensiva. Basta substituir n
por n+1 na expressão P(n) e diferenciar o resultado da
mesma P(n). Reagrupando os termos semelhantes (n-1)..(n-i)
obtemos a expressão para P1(n).
Agora fica fácil
investigar a natureza dos coeficientes A0, A1, A2,...,Ai,...Ag.
Dado P(n), o termo
genérico de uma PA(g), temos:
Em P(n)= A0+ A1(n-1)+...
( ordem ou grau g ) :
A0 = P(1)
Em P1(n)= A1+ A2(n-1)+...
( ordem ou grau g-1 ):
A1 = P1(1)
Em P2(n)= A2+ A3(n-1)+...
( ordem ou grau g-2 ):
A2 = P2(1)
Em P3(n)= A3+ A4(n-1)+...
( ordem ou grau g-3 ):
A3 = P3(1)
…......................
Em Pi(n)= Ai+
A(i+1)(n-1)+... ( ordem ou grau g-i ):
Ai = Pi(1)
….............................
Em Pg(n)= Ag
( ordem ou grau g-g =0):
Ag = Pg(1)
Observem que a g-ésima
derivada N de P(n) é uma constante, pois tem grau 0.
Interpretação: se
encararmos P1(n)=P(n+1)-P(n) como uma segunda sequência polinomial,
então P1(1) será o primeiro termo desta sequência. Logo, P2(1), P3(1), P4(1),... etc serão os primeiros termos das sequências
correspondentes a P2(n), P3(n), P4(n), etc.
Uma maneira bem simples
de ver isso é analisarmos a variação numérica de, por exemplo
P(n) = n²( triângulo das variações ):
1
4 9
3
5
2
A
primeira linha corresponde a P(n)= n² cujo primeiro termo é P(1)=1
A
segunda linha corresponde a P1(n)=P(n+1)-P(n) cujo primeiro termo é
P1(1)=3
A
terceira linha corresponde a P2(n)=P1(n+1)-P1(n) cujo primeiro termo
é P2(1)=2=cte
Assim,
n² = A0 + (n-1)A1 + (n-1)(n-2)A2/2 =
=
P(1) + (n-1)P1(1) + (n-1)(n-2)P2(1)/2
=
1 + (n-1) 3 + (n-1) (n-2) 2 /2
Outro
exemplo:
P(n)
=7n³ - 8n² + 11n – 9
Na
prática, se temos g=a, temos que analisar a+1 termos da sequência
para acharmos todos os coeficientes.
Neste
caso, g=3, e calculamos
P(1)=1, P(2)=37, P(3)=141 e P(4)=355
1
37 141 355
36
104 214
68
110
42
Logo,
7n³ - 8n² + 11n – 9=
1 + (n-1)36 + (n-1)(n-2)68/2! + (n-1)(n-2)(n-3)42/3!
Concluimos
então, que uma PA(g) pode ser reescrita como
P(n)
= P(1) + (n-1)P1(1) + (n-1)(n-2)P2(1)/2! + (n-1)(n-2)(n-3)P3(1)/3! +
...
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-g)Pg(1)/g!
...+(n-1)(n-2)(n-3)...(n-g)Pg(1)/g!
Onde
os coeficientes P1(1), P2(1), P3(1),...,Pg(1) são as g razões da
PA(g)
No próximo post mostrarei a técnica para achar a soma do n primeiros
termos de uma PA(g) onde será definido o conceito de INTEGRAL
NATURAL, um poderoso recurso para somatórios.